quarta-feira, junho 14, 2017

O Pão da unidade



No sacramento do seu Corpo e Sangue, Jesus deixou-nos o memorial do seu sacrifício para que o celebrássemos em memória d’Ele, até que Ele venha no fim dos tempos. Por isso, sempre que celebramos a Eucaristia, proclamamos a morte do Senhor e renovamos a Aliança com Deus, que, na sua morte, Cristo selou em nosso favor.

Moisés caminhou à frente do povo hebreu através do Mar Vermelho e do deserto até a terra prometida. Jesus Cristo é o novo Moisés, que, através da sua morte e ressurreição, preside o novo povo de Deus em esperança solidária, rumo à vida plena, transfigurada em Cristo. Os hebreus celebravam o memorial pascal com uma refeição de agradecimento pelos benefícios recebidos, de modo especial pelo Êxodo, isto é, a passagem da terra da opressão para a terra da liberdade.
Jesus Cristo instituiu a ceia da nova aliança com o novo povo de Deus, dando a si mesmo como alimento do seu povo; seu corpo imolado por nós e o seu sangue derramado por nós na cruz.
Na Eucaristia adoramos aquele que estava morto e agora vive para sempre (Ap 1, 18).
O Catecismo da Igreja Católica lembra que “a celebração do sacrifício eucarístico está toda orientada para a união dos fiéis com Cristo, que se ofereceu por nós” (nº 1382).
A Eucaristia não é uma simples refeição fraterna, mas um verdadeiro culto de adoração: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; este é o meu sangue da aliança que se derrama por todos” (Mc 14, 22-24).
Desde o tempo dos Apóstolos a Igreja crê na presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento. É convicção da Igreja que esta é a vontade do Senhor para que Ele seja Emanuel, Deus próximo do ser humano, como Salvador.
O Apóstolo Paulo diz claramente: “A taça de bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo”? (1 Cor 10, 16).
É ainda Paulo que tira as consequências da comunhão no mesmo pão eucarístico: “Um é o pão e um é o corpo que formamos, apesar de muitos” (1 Cor 10,17).
Se formamos um corpo em Cristo, somos convidados a viver como irmãos e irmãs no Senhor, promovendo o bem de todos, trabalhando pela paz e pela sobrevivência da humanidade, através da preservação da criação.

A instituição da Eucaristia, aconteceu durante a última ceia pascal em que Jesus  celebrou com seus discípulos, e os quatro relatos coincidem no essencial, em todos eles a consagração do pão precede a do cálice; embora devamos lembrar, que na realidade histórica, a celebração da Eucaristia ( Fração do Pão ) começou na Igreja primitiva antes da redação dos Evangelhos

De facto é o Amor que faz do Cristo pão para nós. Assim, o Pão na Eucaristia passa a ser o Sacramento do Amor que na Cruz Ele dirigiu até ao fim. Portanto, ao comer esse Amor que se tornou Corpo no Pão Eucarístico, percebemos que o próprio Jesus é o Pão que sacia a nossa fome,  trazendo a certeza de que só conseguimos suportar a travessia dos desertos se segurarmos as mãos desse Amor que se oferece na Eucaristia em  cada missa celebrada. 
Felizes são os convidados para este Banquete!





sábado, junho 03, 2017

Pentecostes





Chegou a hora do Espírito: é Pentecostes! Que os dons do Espírito nos acompanhem e dêem força para alimentar a energia da nossa fé, sempre renovada e renovadora, sempre nova, sempre nossa.

No Domingo de Pentecostes celebramos o grande dom da Páscoa, o dom do Espírito Santo. O que celebramos e vivemos nas últimas sete semanas tem, agora, o seu ponto culminante. O anúncio da ressurreição de Cristo continua a ser aquilo que é mais importante que deve ser recebido por cada um como dom. A Igreja foi constituída com a vinda do Espírito Santo; cada um de nós pode acolhê-lo pela fé; os cristãos estão no mundo, fortalecidos pelo Paráclito: tudo isto é dom. A Liturgia da Palavra desta Solenidade deixa à escolha dois textos do Evangelho segundo São João (Jo 20, 19-23 ou Jo 14, 15-16.23a-26). Faremos a “leitura orante” do segundo texto, que nos apresenta três motivos de consolação muito fortes: a promessa da vinda do Consolador; a vinda do Pai e do Filho na alma do discípulo que acredita; a presença de uma mestre, que é o Espírito Santo, mediante o qual o ensinamento de Jesus não cessará.

O Espírito Santo, dom pascal por excelência, é o Mestre, aquele que abre o caminho ao verdadeiro conhecimento de Deus e da sua vontade. Na sua escola vai-se não para obter um diploma de sabedoria humana (e muito menos científica), mas para deixar-se guiar para a Verdade completa. Como posso entrar e crescer na relação com o Espírito Santo? 

Só aquele que ama será capaz de viver a Palavra de Jesus e de acolher a sua manifestação espiritual e interior. E quem cumpre esta Palavra (=os mandamentos) será amado por ele e pelo Pai: ele habitará no seu coração juntamente com o Pai e o Espírito. Sou consciente de que em mim (deseja) habita(r) a Santíssima Trindade? Para que tal aconteça, estou disposto a amar Jesus e cumprir a sua Palavra? 

ORAÇÃO

Pai, Filho e Espírito Santo,
Santíssima Trindade acompanhai-me toda a vida,
dai-me sempre guarida,
Pai Eterno, ajudai-me,
Verbo de Deus, iluminai-me,
Espírito Santo, consolai-me.




Vídeo - Pentecostes